O espírito, traumatizado pelo ódio, vai se deformando e
concentrando, a ponto de ficar com o tamanho aproximado de uma cabeça de mico,
onde predominam os olhos grandes, e com os braços e pernas atrofiados e colados
ao corpo.
Em nossa Doutrina denominamos esses espíritos de elítrios.
Na fixação de seu ódio, o elítrio permanece nos planos
invisíveis, aguardando a oportunidade de vingança, e assim pode ficar até por
milênios. Chegado o momento do reajuste, do acerto de contas com o espírito que
o levou a essa condição, ele vem para o plano físico e começa a exercer sua
ação de reajuste. Na maioria das vezes, nasce com o espírito de quem vai cobrar
a dívida. Enquanto o recém-nascido vai se formando como ser humano, ele
permanece incubado, dormente. Assim que as condições físicas da vítima se
apresentam favoráveis, ele começa a absorver as energias vitais.
Cada caso aparece com características próprias da situação
em que a dívida se formou. Esse mecanismo é obscuro e de difícil penetração.
Sua presença é verificada no trabalho mediúnico, nos casos de doenças
resistentes a tratamentos médicos, e algumas consideradas incuráveis.
A doença causada pelos elítrios pode estar situada em
qualquer parte do corpo. Também, pode ser verificada a presença de mais de um
elítrio no mesmo paciente.
A forma sutil de sua atuação faz com que, a princípio, os
sintomas sejam imperceptíveis. O elítrio vai firmando seus tentáculos e, quando
chega o momento, começa a sucção. A partir daí, os sintomas são alarmantes, e o
paciente é levado ao médico, já sem recursos.
A aderência de um elítrio tanto pode ser em termos
musculares como em centros nervosos e medulares. Sua ação, entretanto, se faz
sentir em todo o organismo, pois absorve as energias sutis do paciente.
O câncer, em algumas das modalidades que se apresenta, tem
essa característica. Muitas doenças, consideradas curáveis pela Medicina, não
são resolvidas quando o paciente tem elítrios. Só o Mediunismo pode detectá-los
e atingi-los.
Geralmente, o elítrio já vem na bagagem do espírito quando
encarna.
Um espírito leva muito tempo para se tornar um elítrio. Só
algo terrível, em termos de crueldade humana, pode provocar essa situação. O
espírito desencarna sob torturas físicas ou morais, e seu ódio se concentra
numa ou mais pessoas que causaram sua desdita. Uma vez no plano invisível, sem
a alimentação relacional que poderia fazê-lo esquecer, ele vai deformando seu
corpo etérico, num processo inverso do feto humano.
Todo espírito, ao desencarnar, leva consigo sua alma e a
reveste de um novo corpo, no plano invisível. No princípio, este corpo é
semelhante ao que deixou no plano físico. Ele tem as mesmas características, os
mesmos hábitos, usa as mesmas roupas, os mesmos óculos etc. Esse corpo e esses
hábitos vão, a partir do desencarne, se modificando, de acordo com rumos que o
espírito toma, com a síntese mental que forma da existência que acaba de
deixar. Se essa síntese é o ódio caracterizado num agrupamento de fatos, ele se
torna um elítrio.
Atingida essa condição, ele permanece hibernando, até que
chegue o momento de retomar o caminho. Isso pode durar anos, séculos ou milênios,
contados em termos da Terra.
Assim que o espírito ofensor atinge o grau de evolução
suficiente, às vezes através de várias encarnações, para ter condições de
suportar a cobrança, ele programa a encarnação em que vai pagar a dívida para
com os elítrios que ajudou a formar.
O espírito, geralmente, encarna no ventre materno, quando o
corpo gerado atinge o terceiro mês. Nessa altura, ele é colocado nesse corpo e
se torna um ser humano que irá nascer, normalmente depois de seis meses.
Junto com esse espírito, os responsáveis por essa encarnação
colocam, também, os elítrios. A posição desses espíritos, em relação ao
organismo que vai se formando, obedece a razões acima do nosso conhecimento. De
um modo geral, sabemos que, na qualidade de futura doença, eles se preparam
para causar ao paciente dores semelhantes àquelas que lhes foram causadas no
início do drama.
O processo de descongelamento do elítrio vai se fazendo de
acordo com as etapas de crescimento do ser cobrado. Eles tanto podem causar um
mal congênito, como permanecer dormentes e aparecer, subitamente, em idade
avançada. Cada caso é um caso específico e, dificilmente, aparecem dois casos
iguais.
Qualquer doença pode ter sua origem num elítrio, porém nem
todas são causadas por eles. A de maior incidência, com essa origem, é o
câncer, em algumas de suas modalidades. Por essa razão é que existem doenças
que são curáveis em uns indivíduos e incuráveis em outros. E, por essa razão,
indivíduos portadores da mesma doença, uns são curados no Mediunismo, e outros
não. A cura mediúnica é possível quando se trata de obsessão, quer dizer,
doença causada por uma dívida espiritual e o paciente apresente condições que
permitam arranjos na contabilidade sideral.
O indivíduo pode ter um ou mais elítrios, e certos elítrios
podem causar efeitos em mais de uma pessoa de intimidade, como o caso de marido
e mulher, mãe e filho etc.
Kazagrande
Extraído do livro “Ao Centurião”
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