EU ME CALO

Eu me calo porque ainda resta Doutrinador e Apará!

Porque o maior crime é destruir as ilusões

Porque devo muito, e a consciência me impede de julgar

Porque já passei do tempo de brincar

 

Eu me calo simplesmente porque não adianta falar

Amordaço minha boca para não gritar

Cego meus olhos para não poder ver

Embora sinta que quanto mais amordaçado, mais o peito grita

E quanto mais cego, mais a consciência enxergue

 

Queria gritar tudo que ouvi e vivi

Tudo que sei pela experiência real

Com o contato com os Mentores

Com a convivência dos veteranos

Mas eu me calo!

 

Não por covardia, nem qualquer medo

Mas por respeito a Tia Neiva

Por respeito ao Doutrinador e Apará

Pois estes merecem e podem continuar

 

Elevar espíritos é a missão!

Mesmo que os trabalhos iniciáticos não mais se realizem

Mesmo que as fantasias e fetichismos voltem a velar a porta raiz

Mesmo que títulos sejam maiores que a singela missão

Missão de doutrinar e emanar

 

Serei sempre Doutrinador, onde quer que eu esteja

O templo nunca será de paus e pedras

Mas sim construído no coração de cada um

E o grande juramento, que declara termos o Senhor em nosso íntimo

Jamais será quebrado pelas criações humanas

Porque o juramento é Divino!

 

Me calo, mas nunca poderei compactuar!

Afastei-me tantas vezes de tantas situações

E me calo novamente, talvez para sempre agora

Triste, mas tranquilo, porque enquanto Doutrinador e Apará

Sobreviverem a todas as forças contrárias

A Doutrina seguirá viva!

 

A Doutrina foi para mim uma luz de esperança

Em cujos braços me abandonei sem olhar para trás

Sem pedir perdão a todos que por ela abandonei

E, parafraseando ainda mais Vinicius,

Assim como minha vida foi uma eterna luta

Para que ninguém precisasse lutar

Assim foi meu canto

Que deixarei de cantar!

 

Kazagrande 2021

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