O grande temor de nosso saudoso
Trino Tumuchy, Mestre Mário Sassi, companheiro de Tia Neiva, era de que a
Doutrina do Amanhecer se transformasse em religião. Não no sentido estrito da
palavra, discutido entre “religare” (voltar a ligar), ou “relegere” (reler),
dentro da proposição dos etimologistas. Mas no sentido de mergulharmos em
dogmas determinados por pretensos líderes.
Tia Neiva também manifestava seu temor
de nos transformarmos em “robôs místicos”, presos a uma ritualística, sem
emoções, praticada de maneira decorada e sem evoluir.
A Unificação da Doutrina é um sonho
distante, para não dizer impossível, mesmo sendo desejada por todos. Sim, todos
desejam uma unificação! Mas por que então seria impossível? Entre o povo,
aqueles que verdadeiramente compreendem a doutrina, o desejo é puro e, na
verdade, nasce como um clamor de ser livre para ir a todos os templos sem
preocupar-se com formas de emissão ou ritualísticas diferentes das que aprendeu
e pratica. Porém, entre os ditos grandes líderes, a unificação seria muito bem-vinda
caso seu poder fosse ampliado e pudessem ditar as suas próprias regras.
Justificam sempre “nós fazemos o correto, do jeito que Tia deixou”, ou pior “Tia
iria querer/fazer deste jeito aqui”. Traduzindo: Eu sou o dono da verdade! (pensam
assim).
A grande verdade é que a doutrina
nunca se dividiu, ou teria deixado de ser doutrina (dividiu, não é doutrina –
Tia Neiva). A doutrina continua uma só e Pai Seta Branca é o mesmo em todos os
templos! Na cabeça e no coração do verdadeiro missionário o que importa é
encaminhar espíritos, e pronto!
Aqueles que almejam manter seu
poder já não são missionários há muito tempo. Debatem-se em seus karmas
pessoais e reavivam o charme pesado de encarnações passadas e perdidas pelos
mesmos motivos. “Querem a unificação, mas tem que ser do jeito deles”. Fazem Adjuntos
reféns de suas cartilhas, sob pena de não receberem as consagrações que
exploram.
Entendo perfeitamente as atitudes,
mas não posso compactuar. Já provei isso ao respeitosamente abandonar posições,
sem jamais criticar, apenas escrever sobre doutrina e coisas boas e produtivas.
Aprendi a amar a missão, mas sem santificar homens encarnados. Compreender não é
apoiar. Amar não é concordar com tudo.
A unificação estará sempre presente
em nossos corações, embora, provavelmente jamais se concretize no físico. A
unificação é espiritual e emocional.
A Doutrina do Amanhecer virou
religião? Talvez sim, por seguir os passos de divisão nas interpretações do
divino; talvez não, por permanecer na honestidade da maioria absoluta dos médiuns
que só procuram praticar o bem e encaminhar espíritos.
Kazagrande
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