Como é triste um Apará mal
formado! Pior... Como é perigoso!
Ao formar um Apará, o
instrutor tem que ter em mente a responsabilidade que carrega. Claro que o
comando da Doutrina é do Doutrinador, que um Apará não trabalha sozinho, e que
sempre terá um Doutrinador acompanhando todas as mensagens. Porém, a
má-formação é o principal fator de risco para as interferências. E, se esta
má-formação se estende ao Doutrinador que o acompanha nos Tronos... Salve Deus!
A manipulação de mensagens
por parte de um sofredor, ou mesmo por conta de um médium mal formado, pode
acarretar em uma dívida kármica de difícil resgate. Influenciar na vida de uma
pessoa, em especial, de um paciente, que já chega totalmente fragilizado para o
atendimento, implica em tornar-se parte de um processo que por vezes você teria
a missão de sanar e o acaba agravando.
Este é um assunto muito
delicado, pois os médiuns de conduta ilibada podem sentir-se ofendidos. Mas a
própria Tia Neiva nos alertava que quanto maior a classificação, maior o risco
de uma interferência.
Às vezes as interferências
acontecem sem qualquer sinal perceptível para o médium de incorporação, cabendo
exclusivamente ao Doutrinador a responsabilidade de identificar, e com toda
gentileza sanar a situação: “Salve Deus Vovó, em Cristo Jesus, podemos dar uma
passagem?” Vejam... é simples. Não precisa, e não deve, chocar o Apará. Que,
por vezes, sequer sabe do que se trata. Um Doutrinador não pode trabalhar em
dúvida, e uma Entidade de Luz jamais vai ficar “irritada” pelo seu “excesso de
zelo”.
Tanto a Entidade, quanto o
Apará, devem sentir-se felizes em saber que ali está um Doutrinador atento, e
que não vai trabalhar em dúvida.
Mas voltando à
má-formação... Infelizmente, existem aqueles que não compreendem a
responsabilidade que assumem ao sentar em um Trono para lidar com vidas
humanas. Com pessoas que por vezes depositam sua última esperança naquele
atendimento (comigo foi assim um dia).
Estes se tornam insensatos,
e podem colocar a perder toda sua encarnação, quando deveriam estar tendo a
oportunidade de aliviar o seu já pesado karma. Os sintomas deste desvio de
missão podem ser percebidos facilmente, mas infelizmente muitos acabam sendo
envolvidos por eles, ao invés de ficarem alertas com o que está se passando.
Começam a “ver coisas” em
demasia. A todo instante existe um entidade, uma Amacê, um sofredor... Enxergam
a tudo! Mas sem qualquer aplicação prática. Salve Deus! As visões podem
acontecer, mas sempre existe um motivo para isso!
Depois começam as
“profecias”. Onde tudo que se diz é o que acontece, bastando para isso olhar a
forma como justificam tudo.
Por último vêm os sonhos,
onde encarnações inteiras são desvendadas e sempre o “sonhador” é a vítima!
Todos são maus e podem estar sujeitos à cobrança dele. Novamente recordamos:
uma Entidade de Luz jamais irá contar qualquer passagem de uma encarnação
pregressa sem que tenha um motivo real e extremamente necessário. Você não
precisa saber que fulano foi seu primo, irmão, marido, etc. Somente acontecem
revelações por parte da Luz, quando é para nosso aperfeiçoamento, e de forma
que seja imprescindível e já programada.
Estes três fatores unidos
transformam a missão em algo sumamente desprezível: Escravidão de sentimentos!
Manipular as pessoas por
conta visões, “sonhos e lembranças” e profecias, é um erro que tem um custo
muito alto, pois está se usando a mediunidade para escravizar sentimentos!
Claro que, eventualmente,
temos estes conhecimentos, ou vemos alguma coisa, mas se tal se dá, é para sua
individualidade. Jamais para se promover!
O médium que chega a esta
condição necessita de ajuda urgente! Jamais se pode apoiar suas alucinações, e
tão pouco zombar delas. O que precisa é de orientação, considerando que um dia
entrou para esta corrente com o firme propósito de servir ao próximo. Precisa
ser alertado, levado a refletir sobre o motivo de tudo isso, se realmente algo
de bom está sendo realizado, ou se somente um falso respeito se levanta junto
com inveja e dúvida. Precisa compreender que: da Luz nada emana por acaso ou
sem sentido. Se não há algo de bom acontecendo por conta do “vê” é hora de se
perguntar se isso vem da Luz, ou não?!
Nada de caçar bruxas nesta
hora, apenas fazer com que cada um reflita acerca de seu papel: O Doutrinador
na formação e acompanhamento e o próprio Apará, que por vezes inconscientemente
mergulha no abismo do deslumbramento.
Que este texto possa servir
de alerta para não nos envolvermos jamais nos contos de fada e sim vivermos a
nossa jornada com segurança, fé e razão. Tudo devidamente equilibrado.
Perguntando sempre: Isso é útil? Faz bem a quem, e como? Salve Deus!
Kazagrande
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