Uma
das piores atitudes de desrespeito doutrinário é “furar fila”.
Infelizmente
os médiuns que manifestam esta atitude parecem que realmente não compreendem o
que estão fazendo dentro do Templo.
Um
trabalho espiritual é realizado na Individualidade. Sempre repito que somente
com uma mediunização perfeita é que encontramos nosso verdadeiro “eu”, nosso
espírito, e nos tornamos aptos a desempenhar a caridade construtiva.
Construtiva porque vai beneficiar a todos, inclusive ao praticante, que com ela
semeia a ruptura de seus próprios círculos kármicos.
Quem
tem responsabilidades no Templo, nas escalas, nos comandos, tem a obrigação de
chegar primeiro e por isso não existe real necessidade de “furar fila”. Ao
saber de seu compromisso, deve chegar com antecedência e posicionar-se de
acordo com sua realidade.
Existem
situações excepcionais, mas são excepcionais! Não podem virar justificativas
permanentes para preguiça ou irresponsabilidades.
Um
Adjunto de Povo, deve dar o exemplo e chegar antes, porém ele dispõe da
prerrogativa de passar na frente para emitir e acrescentar forças ao Trabalho.
Mestres
sem função definida não irão acrescentar em nada passando na frente. Apenas
receberão as vibrações dos que estão percebendo sua falta de conduta.
Conduta,
hierarquia, respeito... Acima de qualquer preceito está o Evangelho: Amor,
HUMILDADE e tolerância.
Passar
na frente na realização da Estrela Candente... O trabalho será executado com
sua presença no começo ou no fim da fila! A harmonia deve estar acima de
qualquer necessidade pessoal ou vaidade. A fila do coroamento deve ser na ordem
hierárquica, mas o preço do posicionamento não deve jamais ser a desarmonia.
Entre um Arcano e um emplacado a diferença que vemos é somente física, não
sabemos quem é quem nos Planos Espirituais. Sua hierarquia espiritual não está
no colete, está em seu coração, em seu espírito, em seu Amor, Humildade e
Tolerância.
Recordo
de um Mestre, que não citarei o nome, porque sei que sua humildade não
permitiria. Um Rama 2000 antigo (posteriormente consagrado Arcano de forma
indiscutível e de aprovação unânime). Este Mestre, do Templo Mãe, viajava muito
em missão pelos Templos do Amanhecer (viaja até hoje), mas sempre que estava em
Brasília participava da Estrela. Aproveitava ao máximo as oportunidades para se
“reabastecer”. Bem, eu sempre o via no fim da fila. Conhecido como era e com as
responsabilidade que tinha na Doutrina, ninguém o questionaria ou se
desarmonizaria se ele fosse direto para o começo da fila, mas ele insistia em
manter-se no final. Logo que ele foi consagrado Arcano, e observando que ele
mantinha a mesma atitude, eu lhe perguntei por que não ia na frente junto com
os outros Arcanos. Ele me respondeu:
Meu
irmão, eu quase sempre aproveito uma oportunidade para vir trabalhar e quase
nunca tenho a oportunidade de convidar uma Ninfa. Então, como vim Apona, meu
lugar é no final, se conseguir uma Ninfa ainda assim não seria justo passar na
frente daqueles que chegaram cedo já acompanhados e que na maioria das vezes já
ficam lá de pé esperando o início, para poder passar antes. Além do mais, o
trabalho se realiza comigo aqui atrás ou lá na frente, na minha Individualidade
o que vale é o trabalho, não a posição!
Mas
agora você é um Arcano, e a fila não é em ordem hierárquica?
Sim,
mas todos aqui são Centuriões e representam um Ministro. Quem sou eu para
passar na frente do representante de outro Ministro? Ele chegou antes, o lugar
é dele. Eu fico aonde eu chegar e vou sem pressa. Pressa não combina com
trabalho espiritual. Temos horários, não temos correria!
Nunca esqueci esta lição e deste dia em diante larguei
mão de querer exigir um lugar.
Mestre Kazagrande –
Adjunto Anavo