Relato do atendimento de Pai Joaquim das Cachoeiras:
- Salve Deus! Pai Joaquim, eu sou Ninfa Lua há dois anos
e acabo de Consagrar minha Centúria, porém estou em dúvida com minha
mediunidade. Sabe, quando venho para os Tronos eu sinto a energia da minha
Vozinha, as mensagens me chegam com facilidade, como se as palavras brotassem
na minha boca. Sai tudo sem eu ter que pensar. Acho até que está correto, mas
meu pai... Eu não vejo nada! A maioria das outras Ninfas dizem que veem suas
Entidades, que se sentem em outros lugares quando estão incorporadas, que sua
Preta Velha assim, usa tal roupagem, tem um lenço, um colar e outros detalhes,
e eu não! A verdade é que apenas acho que recebo as mensagens. Nunca vi nenhuma
Amacê, nunca vi nenhuma Entidade e a única referência que tenho são as imagens
dos quadros que mentalizo. Confesso que sinto uma certa inveja de minhas irmãs,
sinto-me envergonhada quando começam a falar que tal Entidade lhes disse tal
coisa e que estava em tal lugar, que a noite se transportou não sei para
onde... Até me afasto para não me sentir tentada a mentir alguma coisa. Nunca
vi nada e não tenho nem ideia de como é um transporte. Acho que vou mudar de
mediunidade!
Pai Joaquim respondeu:
- Salve Deus! Filha querida do meu coração. É muito
melhor assumir sua realidade do que deixar envolver-se pelos desejos e
fantasias. Sua mediunidade é normal, igualzinha das suas irmãs! Saiba que um
médium só vai ver alguma coisa, ter conhecimento de alguma passagem de sua vida
passada ou ainda lembrar de um transporte, se houver uma necessidade real para
isso. Nós que nos encontramos na condição de Mentores não podemos alimentar
nenhuma vaidade e nem mesmo nos é permitido perder o precioso tempo de trabalho
com nada que não seja efetivamente produtivo e tenha uma real aplicação para a
vida do médium, ou do paciente.
- Mas meu Pai... Eu queria tanto poder ver também! –
retrucou a Ninfa.
- Minha filha, eu estou aqui! Em espírito e verdade e em
nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. E sua Vovó está aqui também! Você não
precisa de ilusões. É sincera com seus sentimentos e não necessita se
envaidecer ou criar fantasias. Viva a mediunidade que lhe é confiada com
simplicidade e precisão. Cumprindo sua jornada nesta seara de Amor que é a
Doutrina do Amanhecer.
- E os transportes, meu pai? Por que eu pareço que estou
acorrentada no corpo? Nunca tive nenhum transporte ou fiz viagens espirituais
encontrando com vocês, ou auxiliando nossos irmãozinhos durante meu sono. Será
que sou tão incapaz assim?
- Salve Deus! Em Cristo Jesus, minha filha, todas as
noites você parte para completar no espiritual, a missão iniciada no físico.
Mas você não precisa lembrar disso não! Você vai ao lado de sua Guia
Missionária e encontra muitos destes nossos irmãozinhos em situações terríveis,
cuja lembrança não lhe faria nada bem. Você é uma trabalhadora de Pai Seta
Branca e não uma “conversadora” de espíritos. Quando você sai do corpo físico,
vai para trabalhar e não para ficar de “prosa por aí”.
- Mas por que tantos têm esta vidência, e eu não? Não
seria melhor eu refazer meu teste mediúnico?
- Minha filha querida... Você só não precisa é ficar se
iludindo. Cumpre sua missão e é o que basta para seu espírito. Havendo uma real
necessidade e um motivo que não seja apenas para semear a destrutiva vaidade,
aí você vai lembrar. Não inveje e não julgue ninguém. Siga sua caminhada
silenciosa e agradeça ao Pai a “cegueira” face a aquilo que ainda não está
pronta para ver. Mas se ainda quiser refazer seu teste... Vai filha... Faça...
Com lágrimas nos olhos a Ninfa concluiu:
- Não meu pai! Eu sou Ninfa Lua! Sou filha de Pai Seta
Branca, e é isso que escuto agora!
Kazagrande
Extraído do livro “Ao Centurião”
Salve Deus! Sinto-me abençoada por ser só um instrumento sem me lembrar de nada. Raramente lembro-me dos conselhos dados aos pacientes. Desse mundo desejo só o que é meu e só é meu o que eu conquisto com trabalho. Enfim, só tenho agradecer! Salve Deus!
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