Após a publicação dos
últimos artigos sobre as incorporações, recebi vários e-mails, principalmente
de Ajanãs, que protegidos pelo anonimato que a internet proporciona, puderam
enfim expor suas dúvidas e revelar um pouco mais sobre a dificultosa e
grandiosa missão de incorporar uma Entidade de Luz.
Sim, meus irmãos! Como é
difícil sentir-se digno de ser um receptáculo da majestade divina! A
consciência que tanto os protege na incorporação, também fomenta a dúvida e
aumenta ainda mais a já tão grande responsabilidade.
Visando trazer um pouco
mais de esclarecimento para este tão extenso tema, volto a tecer alguns
comentários sobre o desenvolvimento do Apará.
É preciso todo o carinho
e segurança ao tratar com estes médiuns responsáveis pela Voz Direta.
Principalmente com os Ajanãs, que por sua condição masculina e predisposição
natural a liderança, sentem-se inicialmente confusos com sua tão distinta
participação em nossa Doutrina.
O Doutrinador tem a
função de comando, de dirigir e expandir seu espírito científico, mas o Ajanã
foi poupado da responsabilidade dos comandos, para carregar em suas costas
unicamente a missão que lhe é confiada, não necessitando se imiscuir em outros
problemas. Deve ter a tranquilidade de não precisar preocupar-se com todo o
restante, vai ao templo apenas para transmitir as mensagens do céu e ser o
portador do equilíbrio, vindo da espiritualidade Maior. Por isso o grande risco
de desarmonizar um Ajanã, que Tia tanto recomendava.
Suas dúvidas, quase todas
decorrentes de sua responsabilidade e consciência, por vezes atrasam seu
desenvolvimento, e mesmo depois de emplacados ainda sentem certo receio de ir
aos Tronos. Não por não confiarem em suas Entidades, mas sim por muitas vezes
não se considerarem dignos, ou capazes de tão grandiosa missão.
Para que um Ajanã seja
formado e desenvolva verdadeiramente todo o seu potencial, é preciso muito
carinho, compreensão e segurança dos Instrutores. Explicar claramente que o primeiro
passo é sempre dele, que a Entidade o respeita profundamente e jamais irá tomar
uma posição agressiva, fazendo com que ele incorpore! Só vai incorporar se
quiser, se sentir seguro. Os movimentos, as primeiras saudações e palavras, são
claramente inspiradas e saem pela vontade do Apará.
Incentivar o médium a
soltar a voz é fundamental! Nem que seja para repetir durante toda a
incorporação no desenvolvimento apenas “Louvado seja Nosso Senhor Jesus
Cristo”. A energia do aparelho deve ser liberada para que possa ser manipulada.
Muitos médiuns de
incorporação, ainda em desenvolvimento, se calam por ouvir somente em sua
cabeça a mesma frase. Mas isso é parte do desenvolvimento! A Entidade o inspira
a repetir constantemente a mesma frase ou saudação para que emita a energia que
está acumulada e precisa ser manipulada. É isso! Sim, é necessário que o
aparelho fale! Jamais um Instrutor pode questionar porque a Entidade só diz a
mesma coisa, isso faz parte do processo. A energia emitida é trabalhada pela
Entidade em favor do próprio aspirante.
Dizer o nome da Entidade,
no início, por vezes também é fator de preocupação desnecessária. Normalmente o
primeiro nome que vem na cabeça é o nome projetado pela Entidade. Lembremos que
a entidade se apresenta em uma roupagem, e o nome pertence a esta roupagem que
ela está usando. Muitos espíritos que se apresentam como Pretos Velhos, nunca
tiveram uma encarnação como escravos. São mentores de luz que “vestem” esta
roupagem, característica de nossa Corrente, para se apresentarem em
conformidade com nossa leis. Portanto não há nenhum dano se você disser o “nome
errado”. Seu mentor já superou há muito tempo a fase da “mágoa”. Ele estará a
sua disposição, e se necessário, outro nome virá mais tarde, às vezes somente
na hora do emplacamento é que vem um nome diferente, e por vezes com o mesmo
tônus energético.
As primeiras mensagens
são realmente difíceis! Parecem vagas, um tanto superficiais, e muitas vezes
acabam novamente gerando dúvidas no Apará. A missão do Instrutor é esclarecer
que isso também faz parte do processo natural de desenvolvimento. Seria
maravilhoso poder incorporar e já sair dando aquelas maravilhosas mensagens que
lemos nas cartas de Tia Neiva, ou ouvimos em gravações. Mas tudo isso é um
processo de confiança e entrega. A Entidade, além de usar sua energia para
realização do trabalho, também tem eu adaptar-se a sua mente, aos seus
conhecimentos, para inspirar as mensagens de acordo com sua possibilidade
inicial. Caso chegasse aos seus ouvidos uma mensagem com palavras eruditas e
desconhecidas para você, será que teria coragem de falar o que você não
conhece? Não questionaria se aquilo não é interferência? Pois bem, sabendo
disso, as Entidades usam palavras provenientes de sua mente. Isso inicialmente,
pois com o tempo, com a sua segurança e confiança, passará a receber mensagens
cada vez mais elaboradas e que só serão compreendidas pelo próprio paciente e
pelo Doutrinador.
Resumindo... Solte a voz,
libere-se dos preconceitos, medos e orgulhos! Quando estiver desenvolvendo não
tenha medo de nada, erre se necessário for, mas não deixe de seguir a intuição.
Caso fale alguma saudação que não seja condizente, ou dê o nome de uma entidade
que soe estranho demais para nossa Corrente, receberá a orientação para que na
próxima vez também atente para este pequeno detalhe. Está em desenvolvimento e
são naturais as confusões até mesmo sobre a energia que está presente. Um Preto
Velho batendo no peito igual ao Caboclo... Sim, os dois, Preto Velho e Caboclo
estão ali presentes e o médium em desenvolvimento capta as duas vibrações e
ainda não consegue separá-las, então acontece.
Para maior conforto
ainda... Observe o desenvolvimento de um Doutrinador: Quantas vezes têm que
repetir o passe magnético para que acertem? E quantos ainda acabam errando
justamente na hora do emplacamento? O Apará também tem suas dificuldades e vai
errar no princípio como qualquer aspirante.
Mestre Kazagrande –
Adjunto Anavo