No encerramento do Trabalho Oficial emitimos (ou melhor,
deveríamos emitir) o mantra Noite de Paz. Falo “deveríamos”, porque
infelizmente a maior parte dos médiuns foge desta nobre obrigação, de ficar por
mais alguns instantes e colher boa parte dos frutos de sua jornada de trabalho
mediúnico.
No encerramento dos trabalhos é que se registram as
participações, é onde se anotam os bônus daquela jornada. Sua presença é
fundamental!!! Não é apenas uma formalidade. Em nossa Doutrina tudo tem um
porquê, e fugir desta fonte de luz é no mínimo uma irresponsabilidade. Uso o
termo “fugir”, buscando a sinceridade, afinal, nada vai se alterar tão
drasticamente em nossa vida, por conta destes minutos a mais.
Quando se aproxima o momento do encerramento, a fila na Pira
cresce assustadoramente, e já presenciei os comandantes, após um dia inteiro de
dedicação a nobre missão, encerrarem sozinhos o Trabalho Oficial.
Será que para a Espiritualidade tudo está bem desta forma?
Na hora de agradecer esta oportunidade e de registrar os bônus, onde estão os
Mestres e Ninfas? Tomando o último café? Gastando os bônus que deveriam receber
com conversas improfícuas nos banheiros e vestiários?
Poucas são as ausências verdadeiramente justificadas,
daqueles em que o horário da condução impede que continuem até o fim. Na
verdade, na maioria das vezes é a carona de outro mestre impensado, que obriga
ainda mais um irmão a deixar de lado um momento tão solene e nobre.
Não creio sinceramente que seu Preto Velho, sua Princesa,
seu Cavaleiro, já tenha ido embora e abandonado o momento sublime do “Noite de
Paz!”.
Somente no incomensurável momento do encerramento da jornada
mediúnica é que temos algum direito real de pedir! Sim, pois tantas vezes
erguemos nossos braços, e nossa voz, para pedir sem nada ter feito para
merecer. Enquanto, no momento ideal para isso, na hora de anotar os bônus do
que efetivamente haveria realizado por amor, onde está você? O que está
priorizando nesta hora? Vai deixar para pedir e agradecer amanhã, quando os
problemas voltarem a bater na sua porta?
Salve Deus! Mais uma vez falo primeiramente para mim mesmo,
para que fique registrado este compromisso que assumo, de quando colocar-me a
disposição da espiritualidade para uma jornada, cumpri-la até o fim, sem
arrumar nenhuma desculpa ou preguiça, e sentir o ânimo, o vigor, a benção do
“Noite de Paz”.
Kazagrande
Extraído do livro “Ao Centurião”
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