Meus irmãos e irmãs, Salve Deus!
Já faz um certo tempo que não paro
para escrever para vocês, e creio ser necessário explicar parte dos motivos que
me levaram a tomar esta decisão. Na verdade foram vários fatores que uniram-se,
determinando, mais uma vez, o caminho natural a ser seguido por este
missionário kármico que vos escreve.
Em meio à grande movimentação
nacional em torno das inevitáveis mudanças políticas que se aproximavam, e que
acabariam por influenciar também a minha vida, recebi uma mensagem de um grande
amigo: um Adjunto veterano (de verdade, não daqueles que foram apenas paisagem
ao lado de Tia). Em sua mensagem, após ter lido o texto “Ser Jaguar”, escreveu
seu desabafo.
Neste desabafo reclamava de tantas
vezes ter se sentido envergonhado face às perguntas de seus Aspirantes, que
embasados nos textos que eu publicava, apresentavam questões muito acima do
“feijão com arroz” que ele ensinava (palavras dele). Seu desabafo, em uma
mistura de saudosismo dos momentos que caminhamos juntos e mágoa por ter
seguido em frente sem manter o contato que uma amizade profunda como a nossa
exigia, acabou me cortando o coração e levando-me a questionar se realmente
estava falando do que nosso povo precisava.
Talvez estivesse “falando demais”,
ou antes do tempo... Em minha defesa a consciência sussurrava que os Aspirantes
hoje chegam muito diferente dos de outrora. Já não são pessoas simples e sem
cultura que chegam à Doutrina; hoje os jovens já chegam aculturados,
conhecedores de diversas informações que encontram na internet e portadores de
uma grande bagagem espiritual, cujo transcendente lhes permite compreender com
mais facilidade e rapidez os ensinamentos preparados para os chegantes de meio
século atrás.
Percebi que os Mentores uma vez mais
se calavam e deixavam minha consciência decidir sozinha. São perfeitos! Nunca
interferem em nossas vidas dando decisões, por mais que desejem firmemente que
observemos as “placas de sinalização” espalhadas em todos roteiros possíveis,
indicando o caminho natural.
Outro fator foi minha escolha do
lugar onde morar neste meu retorno ao Brasil. Escolhi pela Doutrina, sem pesar
ponderadamente todos os demais fatores importantes envolvidos. Encontrei o
inesperado... Devia ter buscado um encontro com a verdadeira essência viva da
Doutrina nos pequenos Templos, que crescem lentamente dando o exemplo
verdadeiro, hoje relegado em detrimento da pompa que requer quantidade, ou
tamanho, em vez de qualidade.
Obviamente tudo tem fatores
positivos, onde a reflexão me proporcionou escrever livros doutrinários, que
logo estarão circulando cumprindo a promessa que um dia fiz. Também a nível
profissional, para minha esposa, foi importante conviver com as dificuldades da
Saúde Pública no interior do Nordeste, agregando mais conhecimento e segurança,
fazendo revelar-se a profissional dedicada, amorosa e responsável, que sempre
visualizei nos anos em ainda era uma estudante.
Com tudo isso, na mente e nas mãos,
chegou o momento de decidir, de dar um novo giro na “roda da fortuna” e
novamente viver o simbolismo da primeira carta do baralho da vida (alguns
entenderão esta frase).
Volto a escrever? Sim! Mas de
maneira diferente, para aqueles que desejem a compreensão da essência desta
jornada no plano físico. A Doutrina é minha vida! Salvou esta encarnação do
desastre que seria inevitável para a maioria absoluta. Mas a Doutrina não está
nos templos de paus e pedras, e sim no coração de quem a compreende.
Kazagrande