Narrada na Cachoeira do Jaguar
Filha, não chore, não se desespere. Eu, você, sua mãe e todos os seus irmãos vivíamos na mais rica vida em Pompéia. Eu era Procurador, Zé Pedro era Imperador, e todo esse povão estava lá. Só Deus sabe, minha Jurema, os desatinos, as tragédias que provocamos naquele império. Fizemos a mais terrível escravidão. Hoje, filha querida, Deus nos deu essa oportunidade de pagar todo este mal. Esta pequena sinhazinha é o espírito da jovem escrava de Pompéia.

Sim, tudo pela condenação da matéria! A terra... A terra... Tão lindo o mar e, no entanto, a terra é o que nos pertence, por ser a parte sólida deste planeta. Porém, o que me conforta é que as forças cósmicas continuam em atividade, porque, neste Universo, não há inércia. Tudo se movimenta em nosso favor, pela bênção de Deus! A Sua atividade é, essencialmente, produtora desta nossa matéria orgânica e inorgânica. Logo nos dará forças, graças a Deus!

Sim, Zé Pedro, a atividade do Homem é essencialmente produtora e as forças essencialmente ativas. Como já disse, cria na matéria orgânica este arsenal de forças. Portanto, temos que organizar um ritual, uma jornada, vestimentas que mudem a sintonia dos crioulos. Sim, Zé Pedro, vamos erguer esta arma para o Céu!

Todos somos livres, neste mundão de Deus! Até mesmo para acreditar, desejar, escolher, fazer e obter. Mas todos somos, também, constrangidos a penetrar nos resultados de nossas próprias obras. Não existe direito sem obrigação e nem equilíbrio sem consciência.

Pai João, machucado, ajoelhou-se e, erguendo os braços para o Céu, na força do chamado Deus Africano, gemeu como um leão, dizendo:  - Ó, OBATALÁ! Ó, OBATALÁ! Ó, OBATALÁ! ENTREGO, NESTE INSTANTE, MAIS ESTA OVELHA PARA O TEU REDIL! Pai João voltou ao seu lugar, e ouviu Vô Agripino, que lhe falou:  - Salve Deus! Viu, João? Fizestes tudo tão perfeito porque tens constantemente livre o teu Sol Interior. O ensino é como pétalas de rosa que caem em nossas mentes, enquanto vai orvalhando os três reinos de nossa natureza.

Todos os que se perdem pelo pensamento e se enchem de ódio, ao desencarnar vão para o astral inferior e, evidentemente, procuram voltar, aumentando suas furiosas crises. Vamos  juntos, tentar doutriná-lo, antes que morra nesse ódio e se torne invisível aos nossos olhos. 

- Pobre Imperador! Viestes com tão nobre missão e, no entanto, eis o que resta de ti!

Zé Pedro, – dizia Pai João – quando o celeiro está pronto, o Mestre aparece. São palavras de Vô Agripino.

- Sim, Zé Pedro. Ouça bem o que diz Vô Agripino: Deus é absolutamente fé, é absolutamente razão. E ser a razão é a Ciência. A Ciência é a razão.

Tia Neiva

2 Comentários

Comente com amor! Construa, não destrua! Críticas assim serão sempre bem vindas.

  1. Anita Maria de Oliveira Queiroz22 de março de 2017 às 19:48

    Uma nobre história nos mostra como devemos nos comportar nos momentos atípicos e sempre procurarmos melhorar em relação a certas condutas nossas. Salve Deus.

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